sábado, 17 de abril de 2021

"E Jesus lhes disse: Sou eu, não tenhais medo!" Jo 6,20

Mas Jesus lhes disse: Sou eu, não tenhais ." Jo 6, 20
Eu nunca havia pensado esse Evangelho sob a ótica dos discípulos que, cansados de esperar por Jesus, que estava no monte orando, resolvem partir sozinhos para o outro lado do mar. Ansiosos, eles tomam a decisão por conta e não levam Jesus consigo. Mas, em meio ao mar turbulento, ao vento forte que quase virava o barco,  Jesus aparece andando sobre as águas.  Ele que havia multiplicado os pães e alimentado uma multidão,  horas antes, porque Ele é Deus e pode fazer com o pão o que Ele quiser, agora, enfrenta as leis da natureza e contra toda a lógica humana, Ele caminha sobre as águas.  A serenidade de Jesus contrasta com o medo e a ansiedade dos discípulos. 

Ele prova que pode fazer o que  quiser com o corpo dele também, tanto quanto, pôde fazer com a matéria do pão.  É um pré-anúncio da Eucaristia. 

E para finalizar essa reflexão,  me vem à memória, tantas vezes que eu, na ansiedade, atravesso, ou tento atravessar o mar turbulento da vida, longe da presença de Deus, sem recorrer ao seu auxílio,  sem pedir que Ele venha comigo.

Mas Jesus é misericórdia infinita! Mesmo diante do meu abandono,  dos meus inúmeros pecados, da minha ignorância,  Ele me acolhe, acalma as tempestades da minha vida e me reconduz às águas calmas e cristalinas. Ele me abraça e diz baixinho em meus ouvidos: "Sou Eu, não tenhais medo. "

Jo 6, 16-21


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Contando histórias

 Eu estava pensando, outro dia, no quanto gosto de ouvir uma boa história. De preferência, histórias da vida. Eu também gosto de quem gosta de ouvir, porque gosto muito de falar (rs). É tão bom ouvir, e eu acho que sou boa como ouvinte. Mas também é tão bom falar e ser ouvida. Tudo isso me remete à alguém muito importante na minha vida. Uma pessoa que me ensinou as melhores coisas que eu sei e que teve uma influência imensa na pessoa que me tornei: minha querida avó, Angelina. Mas nós a chamávamos, simplesmente de Vó Lina. 

Ela não tinha estudo, mal escrevia seu nome, mas fazia cálculos. Sabia bem o preço das coisas e sabia dar valor a tudo o que possuía. Vó Lina era uma contadora de histórias sensacional! Como eu amava sentar ao lado dela e ouvir a história de quando ela conheceu meu avô. Ela contava com tanto realismo e nós ouvíamos uma, duas, três, dez vezes e nunca nos cansávamos.

Meu avô, embora também tivesse pouca leitura, era um verdadeiro poeta. Eu o conheci, claro, mas os tempos eram outros. Quando eles ainda namoravam, meu avô servia o exército e foi convocado para servir na guerra e ela contava detalhes de como ele conseguira se esquivar dessa convocação e da emoção que sentiu quando o viu, retornando para casa.

Minha avó não lia, mas sabia decor as poesias que meu avô escrevia para ela enquanto estava no exército. Sua irmã mais nova lia para ela. 
Minha avózinha recitava com tanta emoção, como se tivesse sido escrito naquele tempo. E ela chorava copiosamente. E nós, chorávamos juntos. 

Se eu tivesse uma máquina do tempo e pudesse voltar um dia que fosse, voltaria na última vez que ela recitara para mim. Porque se eu soubesse que seria o último, teria transcrito cada palavra, para ler para minhas filhas e contar a elas aquela história tão bela. Bem, eu sei que meu avô, no fim da vida, não foi um bom exemplo de marido. Era dependente de álcool e isso foi destruindo-o aos poucos. É uma pena, dizem que ele era um bom homem quando não estava sob o efeito da malvada da pinga.

Eu perderia algumas horas do meu dia, ou melhor, ganharia, ouvindo uma boa história, como a da minha avó. Imaginando todas as dificuldades vividas durante o período de guerra, como era sua convivência com seus pais e sogros, que eram espanhóis. Ah, quanta riqueza! 

Os tempos em que vivemos também ficarão marcados como dias dificeis, sobretudo, devido à pandemia. Contarão sobre as perdas, os pequenos ganhos de cada dia, sobre os medos e como enfrentamos esses dias, buscando o mínimo de coragem que nos fosse possível.

Quem dera alguém também queira escrever sobre a nossa vida, nossas lutas! Quem dera alguém continue contando a nossa história para as futuras gerações!



terça-feira, 9 de junho de 2020


AMIZADES VERDADEIRAS SÃO TESOUROS INESTIMÁVEIS


Outro dia li um texto em que o autor afirmava que as verdadeiras amizades, ao menos as mais sólidas, são formadas na juventude. 

Imediatamente, busquei em minhas mais remotas memórias, a imagem de amigos da juventude e visualizei algumas pessoas que significaram muito em minha vida. Peguei-me pensando também, naquelas com quem eu pensava ter tido uma amizade verdadeira, mas que acabaram se perdendo com o tempo ou a distância.

Quando jovem, eu gostava de frases feitas. Não que hoje não goste mais. Mas acho que hoje eu não as aceito com tanta facilidade. Não antes de questioná-las e argumentá-las, mesmo que interiormente.

Mas existia uma frase que dizia que "o verdadeiro amigo é aquele com quem podemos pensar em voz alta". Não sei de quem é essa frase, mas é uma excelente definição, a meu ver. Porém, pensar em voz alta, algumas vezes pode ser perigoso. Nocivo até. E não sei se acredito que exista alguém com que possamos realizar tal desprendimento. Também não me imagino colhendo pensamentos ditados por pessoas ao meu redor, seja lá sobre o que for. Para Deus, que é onisciente, isso é possível em relação a todo ser humano, nem é preciso falar. Antes mesmo de a palavra sair de nossa boca, ele já a conhece inteira (Salmo 139,4) Portanto, será que o amigo citado na frase, seja o próprio Deus? Ou, quem sabe, o "pensar em voz alta" não seja exatamente dizer tudo o que se pensa?

Bem, mas voltando à verdadeira amizade, que é o assunto deste texto, deparei-me com imagens muito queridas, de pessoas que chegaram, conquistaram o meu coração e permaneceram sempre presentes, mesmo que à distância. Com certeza, isso também ocorreu, porque há reciprocidade em nossos sentimentos. Ou seja, eu também as conquistei.

Muitas vezes, os laços criados são tão intensos, que é possível continuar uma conversa após passar anos sem ter contato com o amigo. A geração atual nunca saberá o que isso significa realmente. As redes sociais minimizam muito às distâncias, mas, ao mesmo tempo, forjam as amizades. Os jovens são capazes de acreditar que aquela amizade tornar-se-á eterna, pelo simples fato de se falarem todos os dias pelas redes sociais. Talvez nunca façam a experiência da saudade propriamente dita. Aquela que aperta e chega a doer fisicamente.
Como vivenciamos naquela época em que ter um telefone em casa era artigo de luxo, e um interurbano custava os olhos da cara. Era comum, as pessoas comunicarem-se através de cartas. Eu mesma ficava muito feliz quando recebia das mãos do carteiro, uma carta endereçada a mim. Era como se as letras, gentilmente escritas pelo amigo, trouxessem consigo, a voz da pessoa que a escrevera. Algumas vinham perfumadas, outras traziam traços peculiares de seu remetente.

Uma amiga que deixava a cidade, mudando-se com a família, ou simplesmente para estudar, era motivo de choro contínuo, por semanas até. E quando ela retornava, telefonava ou escrevia, era motivo de grande emoção e carinho.

Mas existem ainda aquelas pessoas com quem passamos longo tempo distante por algum mal entendido ou mágoa vivida. O perdão requer tempo, disposição pessoal e graça de Deus. Pode ocorrer imediatamente, após alguns dias ou demorar anos a fio. Uma coisa é certa, a lembrança da pessoa que antes nos era tão cara, pode causar-nos tristeza e muita desesperança. Porém, como o tempo é bom conselheiro e todos nós estamos em constante mudança, nada em nossa vida permanece estático, o perdão um dia vem. E pode não vir sozinho para a gente. Podendo atingir também o outro, que está igualmente magoado. Algumas vezes, um abraço sela o fim da discórdia. Nem é necessário utilizar muitas palavras para chegar à reconciliação. Outras, é preciso tocar novamente a ferida. Mas a verdade também é bálsamo, que produz cura e transforma os corações.

Existe ainda, aquela alma que nos é tão preciosa, que parece ser parte de nós. Preocupam-se, cuidam-se, amam-se incondicionalmente. São testadas no fogo, como são as joias preciosas. Mais uma vez, citando o Escritor sagrado, "há amigos que nos são mais fieis que irmãos" (Pr 18, 24) e ainda "Quem o encontrou esse amigo, encontrou um Tesouro" (Eclo 6,14)

Imagino que amizades assim não terminam nesta vida. Elas permanecem para a eternidade. Porque não existem para este mundo, mas para todo o sempre. Não conseguem pensar no outro sem elevar uma prece a Deus. Não existem para terminarem em si, mas sua existência os aproximam do Altíssimo.

É feliz quem encontra um amigo assim! É feliz quem proporciona ao amigo, uma amizade nesse nível de sinceridade e amor! Sejamos, nós também, esse "canal" da graça de Deus às outras pessoas! Sejamos amigos de alguém, marcando sua vida com nossa presença fraterna.







domingo, 30 de setembro de 2018

1° de outubro de 1997, dia em nós fomos apresentadas.  Já faz 21 anos!!! 😊 (é uma longa amizade!)😍 E frase que mais me chamou a atenção naquele dia foi "no coração,  da Igreja,  minha mãe,  serei o amor, assim, serei tudo. Minha vocação é  o amor!". E assim nasceu nossa amizade.  Muito mais por afinidade que por graça.  Porque imediatamente após esse dia,  comecei a ler a "História de uma alma" e pude conhecer sua vida, suas ideias e ideais. Sua luta cotidiana para alcançar a santidade plena, fazendo bem as coisas simples do dia-a-dia. Acolhendo a todos, principalmente aqueles que lhe causavam o desejo de afastar-se. As graças recebidas pelas novenas e pedidos nem se comparam ao desejo de viver a verdadeiro vocação: a Amor. Mas às vezes peço algumas coisinhas... e recebo conforme a vontade de Deus para minha santificação.  Outro dia pensei em fazer um pedido, ao iniciar a novena, e fui atendida antes mesmo de começar... coisas de Terezinha. Quisera eu faze-la conhecida e amada... porque Terezinha não quer nada para si, ela entrega tudo a Jesus. E lá do Céu,  faz cair sobre nós uma chuva de rosas... de bênçãos e de amor! Santa Terezinha do Menino Jesus, rogai por nós.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Doce espera!

Nove meses se passaram. Oito, desde que eu soube, no dia 1º de maio, que você estava dentro de mim... Foi muita emoção, misturada com a ansiedade de saber como você seria.
Aos quatro meses descobrimos que você é uma menina. Alegria em dobro, porque sua irmã sempre quis uma companheira para compartilhar a vida. Ela mesma escolheu seu nome e você ganhou uma identidade: Camila.
Agora estamos no advento de sua chegada. Esses últimos dias com você aqui dentro não tem sido fáceis, mas já sinto saudade de sermos uma coisa só.
Em breve, você ganhará espaço no mundo, vai crescer e ser independente. Mas assim como a sua irmã, continuará sendo uma só comigo, porque filho é algo que divinamente trazemos bem pertinho, dentro do coração.
Seja bem vinda Camila! Carol, papai e eu te amamos para sempre!!!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ao meu amor!


MEU AMADO


O que fazer quando razão e coração insistem em não concordar?
Um é o que sente,
O outro que consente
Mesmo querendo negar!
Um é o que se enamora,
O outro é o que chora,
Por não poder segurar!
Tudo aconteceu assim:
Perdi-me no brilho dos seus olhos,
Na profundidade de seu olhar...
Na sinceridade de seu sorriso!
Foi exatamente assim!
Porque quando o coração é invadido pela paixão
A pessoa desejada
Torna-se o ser mais importante do mundo!
Toda beleza que não o contem
Deixa de ser belo
Todo encanto que não o possui
Deixa de ser mágico!
Eu te amo!

quarta-feira, 22 de maio de 2013



Já vivi muitas situações conflituosas. Desde criança sofro do mal do amor. Amo tanto que não consigo entender o não amor, ou as maneiras grosseiras de um jeito estranho de amar...
Na adolescência, esta foi minha maior dificuldade, o grande conflito do período mais contraditório da vida. Na juventude tornou-se um fardo enorme, que muitas vezes me impediu de ser o que realmente queria, ou fazer o que naturalmente gostaria.
Mas com a maturidade adquiri mais tolerância, um tanto de prudência e uma porção ainda maior de paciência. Mas com ela vieram também outras características, como um medo excessivo de perder a quem amo, a perda de algumas fantasias que pairavam sobre a minha mente e hoje deram lugar a mais pura realidade.
Cada um tem uma personalidade, uma característica própria, que pode ser ou não parecida com pessoas da família, ou com qualquer outra com quem se conviva por algum tempo. Mas é difícil quando você não aceita, quando abomina certas atitudes e não deseja, nem de longe, repetir as mesmas.
É muito fácil se machucar quando se ama. Porque a gente nunca espera viver uma decepção ou passar por constrangimento sem motivo. Mas isso acontece na hora em que você menos espera e através da pessoa que você mais gostaria de ter uma boa convivência.
Penso que viver o quarto mandamento deveria ser algo recíproco. Eu te respeito, mas também gostaria de ser respeitada e amada. Não quero e nem preciso mendigar o amor de alguém. Aliás, sei que sou amada, mas de uma maneira nem tanto convencional.

terça-feira, 26 de março de 2013

Quanto ganha um professor?



 Toda profissão tem seu valor. Todo trabalho é digno. Toda escolha traz consigo inúmeras consequências. 
A escolha da profissão pode ser uma decisão simples, se existirem boas oportunidades; ou difíceis, se estas forem escassas, quase como encontrar agulha no palheiro.
Uma coisa é certa, seja qual for a escolha, ou a situação em que se viva, é preciso ter muita responsabilidade e a certeza de que, mais que o dever cumprido, existe a consciência de cidadão, justo, honesto, que, embora errante, é capaz de recomeçar sempre.
Ser professor, por exemplo, é uma decisão importante. Porque educar é semear hoje, para colher Deus sabe quando!
Existe uma frase que diz que "a Educação não pode ser delegada somente a escola. O aluno é transitório. Filho é para sempre".
O grande desafio é que uma boa porcentagem dos pais não pensam assim e desta forma, sobra grande parte da formação do aluno aos educadores, que enfrentam, principalmente, crianças sem limites, adolescentes desinteressados, jovens sem objetivo na vida.
Alguns profissionais vivem a triste experiência da violência, física ou psicológica. Outro dia uma professora do primeiro ano, da primeira etapa do ensino fundamental, foi vítima de um incidente ocorrido dentro da sua sala de aula. O saldo dessa ocorrência foi um deslocamento de retina.
Aí encontramos várias situações misturadas, mas a principal delas é “uma tal” de inclusão, que poderia ser a melhor coisa desse mundo se alguns fatores fossem respeitados, como o número reduzido de alunos em sala de aula, profissionais preparados para trabalhar nesta área, material didático adequado e um espaço que não ofereça grandes riscos aos incluídos. 
Mas o que encontramos, na verdade, é uma “pseudo” inclusão. Salas superlotadas, professores despreparados, sem motivação e sem condições de ajudar, da maneira eficiente, a quem mais necessita.
Um aluno com deficiência visual (enxerga pouco), por exemplo, é alguém que precisa de atenção dobrada. Mas numa sala com 30 alunos? Porque ele não consegue enxergar o que está na lousa, não consegue, ao menos, ler o que está escrito com letras grandes e pretas numa folha branca. E o professor, não tem como ensiná-lo em braile, e também não consegue ensiná-lo com métodos tradicionais.
Outro que não consegue aprender, depende do professor para realizar suas atividades. Mas existem outros 24 para serem ajudados.
Trabalhar 30, 40 horas por semana é mais uma ilusão de quem escolhe esta profissão. Além do período na unidade escolar, muitas vezes, é preciso levar muitas tarefas para serem concluídas em casa.
E ainda tem político dizendo que professor ganha muito bem, porque trabalha só meio período para ter o salário que tem. Alguém ouviu dizer que algum professor ficou rico dando aulas em um só período? Mas nem se dobrarem, e a maioria dobra e se desdobra.
Político que fala isso, não merece voto, consideração, nem ser ouvido pelos eleitores. Aliás, com certeza, tal político não tem mãe professora, muito menos esposa, para sentir na pele a impaciência, o mal humor, a irritação, de uma professora ao retornar para casa. Porque é lá que ela pode extravasar, ser ela mesma! Porque é um trabalho que exige muita energia, autoconhecimento, autocontrole e muita, mas muita paciência.
Entretanto, é uma profissão encantadora! Ensinar, aprender, partilhar a vida, perceber que você pode colaborar para a formação de uma pessoa, que possui sentimentos, capacidade de amar, sentir raiva, acertar e errar. Não tem preço ver um sorriso sincero no rosto de uma criança, sua alegria depois de um elogio, ou de uma atividade lúdica que trouxe mais emoção na aprendizagem! Tudo isso é muito gratificante! É o que faz valer a pena todo esforço, todo cansaço do dia a dia! São estes os motivos que nos fazem acordar cedo, dormir tarde, lutar, correr contra o relógio! 
Professor ganha muito? Desafio qualquer político a viver um único dia na "pele" de um educador. Só assim poderá dizer quanto ganha um professor!





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano novo, tempo de esperança!


          
           Ano novo; vida nova! Como é bom o cheiro de coisa nova! Carro novo, casa nova, roupa nova, tudo o que é novo tem um aspecto intacto, de coisa que nunca foi usada, pronta para ser só sua!
A chegada de um novo ano reacende esperanças, sonhos, expectativas, alegrias, mas, como tudo o que é novo, também pode provocar medo e insegurança.
Tem gente que gosta de iniciar um novo ano fazendo projetos. Algo que deseja mudar, fazer a viagem dos sonhos. Há quem faça propósitos em favor da própria saúde, do coração, do conhecimento ou da espiritualidade.
Tudo isso é muito significativo, mas não é o essencial. No saldo geral do ano que passou, é preciso analisar-se interiormente. Se houve mágoas, há necessidade de perdoar ou pedir perdão. Iniciar o ano novo com a alma limpa pode ser uma excelente escolha para quem quer começar, junto com ele, uma nova vida.
Quantas pessoas estavam junto de nós no início do ano que passou e não tiveram a chance de vê-lo chegar ao fim. Para eles, o ano terminou primeiro. E o que ficou? Bens e dinheiro? Projetos pessoais?
As boas obras é que ficaram, assim como o amor, o carinho partilhado com quem se ama, e acima de tudo, a certeza do dever cumprido. Esta é a lição maior que podemos tirar do velho, que nunca mais vai voltar.
Por outro lado, foram tantos recomeços! Nascimento de crianças tão esperadas, encontros com pessoas especiais, reencontros com outras que há tanto não víamos. Boas notícias que alegraram nossos dias e assim, tantas pequenas emoções que injetaram novo ânimo em nosso ano.
O ano de 2013 está só começando, e ainda está em tempo de fazer suas apostas. Mas lembre-se que cada dia é único. Não há tempo para rascunhos, só para aprendizagem! É preciso saber viver como se este fosse o momento mais importante da sua vida. Comece agora a fazer seus propósitos para este novo ano, e viva, intensamente, cada minuto!



terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!!

Eu gosto de escrever quando tenho vontade e não tenho medo de ser nostálgica, redundante, abundante em emoção e sentimento!
Hoje é natal! Há um ano atrás escrevi um texto neste mesmo espaço, expondo a alegria de ter comemorado o Natal em família. Ninguém vai negar que família é a coisa mais importante que existe! É nosso porto seguro, nossa base, alicerce. E muito mais: carinho, amor, doação. É a escola da generosidade, da reciprocidade!
No natal passado minha mãe, mulher iluminada, teve a grande ideia de convidar seus irmãos para o almoço de Natal. Minha tia havia descoberto um câncer maligno e a gente nunca sabe o que vai acontecer com a pessoa quando recebe uma notícia assim. Foi restaurador reunir todo mundo... Um encontro simples, mas repleto de significado! Ela estava bem, ainda tinha cabelo, o que movia sua vida era a esperança.
Um ano passou e o que era temido aconteceu: ela partiu. Partiu e levou consigo a certeza de que era muito amada! Partiu e deixou uma saudade imensa! Foi impossível não lembrar daquele dia em que a incerteza alimentava nossa vontade de acreditar que haveria cura! Houve cura! Porque lá aonde ela está não existe dor, lágrimas, sofrimento!
Este ano nosso natal foi diferente, ao lado de pessoas diferentes, mas não menos familiar. Oramos juntos, desejamos coisas boas uns para os outros, rimos, com vontade chorar, e choramos baixinho, para que ninguém percebesse a emoção contida por saber que alguém que amamos não pode comemorar o natal como gostaria!
Quando eu olho para os meus, e percebo que posso tocá-los, abraçá-los, sorri-los... vejo como é grande o amor e a misericórdia de Deus!
É gratificante comemorar o nascimento de Jesus e perceber que a luz que emana do mistério da sua encarnação, faz brotar algo novo dentro de nós. Olhar para o Deus-menino, tão frágil e tão soberano, nos permite conhecer a grandeza de Deus que não nos abandona em nenhum momento da vida, nem mesmo quando perdemos a quem amamos.
Hoje é natal! E muitos outros natais virão... E eles trarão lembranças alegres e tristes, e serão importantes, porque continuarão marcando a nossa vida! 
Feliz natal a todos! Feliz vida que se renova! Feliz dia que marca mais uma página da história da nossa vida!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Encontro de corações



"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... " (O Pequeno Príncipe)


Como controlar a ansiedade em meio a tantos bons momentos que ainda virão nos próximos dias?
Fico imaginando como será o momento do encontro entre amigos que não se veem há um tempão! Ou, pelo menos, não se veem, como bons amigos. Porque uma coisa é você encontrar-se com o outro, conversar sobre coisas, pessoas, o tempo... outra coisa é você olhar nos olhos e ver-se no outro. Encarar o que há de melhor e pior em você e nele. Aí penso tantas coisas... palavras, gestos, mas acho que as palavras morrerão no abraço, no sorriso, na alegria do reencontro.
E quanto mais o tempo passar, quanto mais a hora for chegando, mais o coração vai se enchendo dessa paz inquieta.
Jesus também teve bons amigos. Um deles até se achava "o discípulo amado". Não que ele tivesse preferências, mas vivia entre pessoas com quem tinha "afinidade"!
O amigo de verdade é para sempre mesmo... 
Quantas vezes acreditamos que a amizade era duradoura, mas bastaram anos de separarão para provar que era passageiro, coleguismo apenas, companheirismo momentâneo...
E quando tem aquela pessoa que você nem quer mais ouvir falar, que de tão amigo, revelou segredos preciosos e perdeu a chance de estar ao seu lado.
Também tem aquele que é como um irmão... Conhece tanto você, qualidades e defeitos, e mesmo assim, continua ao seu lado...
A amizade verdadeira se prova no tempo, no espaço! Os dias passam, as horas voam, os anos terminam e começam... e ele continua ali! E aquela conversa, fica apagada, até que a chama do amor a traga de volta e aqueça de novo os corações!
2012 vai terminar assim! Será um encontro de corações! 


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um dia na padaria


Andando pela cidade é possível encontrar uma diversidade de situações, mas é preciso observar cuidadosamente para perceber o que está nas entrelinhas...
Dia desses entrei na padaria com minha filha de 3 anos e 10 meses. Passamos pela porta estreita e uma criança de aproximadamente 10 anos entrou empurrando a gente, seguida de sua mãe e seu irmão mais novo. Eram pessoas simples. Eles se aproximaram do balcão repleto de doces e bolos de encher os olhos de qualquer um. A mãe perguntava à menina:
_ Qual é o bolo que você viu?
A menina apontava para uma torta de chocolate linda! Ela tinha uma cobertura enfeitada com fatias de chocolate, especialmente colocados em cima, e outros detalhes em dourado. A mãe, após ouvir a filha, solicita à atendente uma fatia do bolo escolhido.
_ Moça, dá um pedaço deste bolo aqui!
A moça atrás do balcão observa que existem outros dois bolos já fatiados para venda e diz para a mãe que não poderia começar outro, já que havia dois a disposição dos clientes. Além do mais, um dos bolos já cortados era idêntico ao que a garota queria.
_ Olha moça, eu já fui em outra padaria, mas ela não queria nenhum bolo de lá. Desde que ela viu este aqui, é só o que ela quer.
A vendedora chamou a nutricionista da empresa. Faltava energia no estabelecimento naquela hora. A outra então começou a ouvir o que a mãe dizia, já com a voz alterada:
_ Minha filha está doente de vontade de comer este bolo aqui, e eu só quero você corte um pedaço! Agora uma criança vai morrer de vontade de comer um pedaço de bolo só porque você não quer contar ele?
A nutricionista ouviu tudo atentamente, e com muito cuidado e delicadeza argumentou:
_ Minha senhora, nós entendemos que sua filha está com vontade de comer o bolo, e nós não estamos negando isso para ela. Só que aqui nós também seguimos ordens e fomos instruídas a iniciar somente dois bolos por dia. Espero que a senhora entenda. Este outro bolo é igualzinha ao que ela quer, só que já está começado!
A mãe então se acalma e convence a filha de que o que a moça dizia era verdade, os bolos eram iguais!
Comprei o meu pão e ainda comprei um sorvete para a minha criança! A vontade era de comprar o bolo inteiro para a criança. A mãe pediu só uma fatiazinha para a menina, pois o doce custava caro. 
Comecei a pensar quantas vezes por dia isso acontece naquela padaria. Crianças descalças que olham e desejam aquela verdadeira gostosura!
Fiquei com a aquela imagem na minha mente. Talvez pela situação gerada entre as funcionárias da padaria e os clientes que aguardavam atendimento, enquanto tudo se resolvia. Talvez pelo menino, pois o pedaço do bolo era muito pequeno para os dois? Não fiquei lá para ver se ele queria outro doce ou se iria repartir com a irmã aquele mísero pedaço.Talvez por pensar naquelas duas crianças e em tantas outras desejosas de apenas uma fatia de bolo de chocolate. Ou então pela insistência da mãe, que queria fazer a vontade da filha. Ou ainda pela sabedoria da atendente, que buscou resolver o problema com educação e simplicidade.
Ética e profissionalismo são qualidades admiráveis em qualquer profissão. É preciso olhar para as outras pessoas com carinho, sem ofender. Admiro quem trabalha no comércio, porque tem que estar sempre sorrindo para agradar aos clientes, e ainda suportar momentos de verdadeira humilhação. 


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caminhos...


Dirigir é uma habilidade comum, porém, não tão simples... Eu sou do tipo motorista estressada. Estou procurando melhorar, mas às vezes eu me esqueço disso! Considero-me uma boa motorista, sem falsa modéstia.
Não gosto de perder tempo entre um percurso e outro. Mas tem gente que insiste em passear, como se ninguém mais precisasse circular pela cidade. Outro dia tinha alguém andando a menos de 20 km/h e não era carro da auto-escola. E pior, andava pelo lado esquerdo da rua. Assim fica difícil!
Sem contar com aqueles que param no meio da rua, não dão seta e ainda colocam a mão para fora do carro indicando que você pode passar. Ou então, param para pedir informações ou simplesmente para conversar com alguém na esquina. Isso me estressa bastante, porque se eu não notar que ele simplesmente parou, e bater na sua traseira, serei eu a culpada do acidente! Antes eu ousava buzinar, mas agora eu paro e penso que é fácil dirigir aqui.
Outro dia fomos a São Paulo. Ninguém precisa dizer que lá o trânsito é O caus! Apesar de ser sábado, havia muitos carros circulando...
Meu pai sempre dizia que para dirigir em São Paulo é preciso ter muito olhos. E se você errar uma entrada, errou todo o caminho, porque até chegar ao retorno... E depois até encontrar a saída dele... Perde-se tempo, dinheiro, paciência, etc.
Voltando à viagem.. Neste dia, escolhemos o caminho errado. Andamos até o retorno, e isso demorou quase meia-hora para encontrá-lo. Para encontrar a saída do retorno, mais uma quinze minutos. Por fim, chegamos ao destino, que não era tão longe, quase uma hora depois!
Eu fiquei pensando sobre isso... A vida é cheia de caminhos, bifurcações, entradas e saídas, túneis, rodovias, ruas sem asfalto, com asfalto, esburacadas...
Pode acontecer de você entrar pelo túnel errado, ou ainda escolher o lado errado da bifurcação. Se perder entre as entradas da vida e acabar chegando em lugar nenhum. Mas da mesma forma como na rodovia, ou nas grandes cidades, alguns metros a frente, pode haverá retorno. Pode demorar a voltar, mas ele existe. Portanto, chegar ao destino é uma questão de tempo. Se você não ficar atento, pode perder o caminho de volta, mas ele estará sempre lá!
Voltar para Deus é assim! Você pensa que precisa escolher outros caminhos, que precisa conhecer outros destinos... até que percebe que tudo o que você realmente precisava era encontrar o retorno e voltar para os braços do Pai!