terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!!

Eu gosto de escrever quando tenho vontade e não tenho medo de ser nostálgica, redundante, abundante em emoção e sentimento!
Hoje é natal! Há um ano atrás escrevi um texto neste mesmo espaço, expondo a alegria de ter comemorado o Natal em família. Ninguém vai negar que família é a coisa mais importante que existe! É nosso porto seguro, nossa base, alicerce. E muito mais: carinho, amor, doação. É a escola da generosidade, da reciprocidade!
No natal passado minha mãe, mulher iluminada, teve a grande ideia de convidar seus irmãos para o almoço de Natal. Minha tia havia descoberto um câncer maligno e a gente nunca sabe o que vai acontecer com a pessoa quando recebe uma notícia assim. Foi restaurador reunir todo mundo... Um encontro simples, mas repleto de significado! Ela estava bem, ainda tinha cabelo, o que movia sua vida era a esperança.
Um ano passou e o que era temido aconteceu: ela partiu. Partiu e levou consigo a certeza de que era muito amada! Partiu e deixou uma saudade imensa! Foi impossível não lembrar daquele dia em que a incerteza alimentava nossa vontade de acreditar que haveria cura! Houve cura! Porque lá aonde ela está não existe dor, lágrimas, sofrimento!
Este ano nosso natal foi diferente, ao lado de pessoas diferentes, mas não menos familiar. Oramos juntos, desejamos coisas boas uns para os outros, rimos, com vontade chorar, e choramos baixinho, para que ninguém percebesse a emoção contida por saber que alguém que amamos não pode comemorar o natal como gostaria!
Quando eu olho para os meus, e percebo que posso tocá-los, abraçá-los, sorri-los... vejo como é grande o amor e a misericórdia de Deus!
É gratificante comemorar o nascimento de Jesus e perceber que a luz que emana do mistério da sua encarnação, faz brotar algo novo dentro de nós. Olhar para o Deus-menino, tão frágil e tão soberano, nos permite conhecer a grandeza de Deus que não nos abandona em nenhum momento da vida, nem mesmo quando perdemos a quem amamos.
Hoje é natal! E muitos outros natais virão... E eles trarão lembranças alegres e tristes, e serão importantes, porque continuarão marcando a nossa vida! 
Feliz natal a todos! Feliz vida que se renova! Feliz dia que marca mais uma página da história da nossa vida!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Encontro de corações



"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... " (O Pequeno Príncipe)


Como controlar a ansiedade em meio a tantos bons momentos que ainda virão nos próximos dias?
Fico imaginando como será o momento do encontro entre amigos que não se veem há um tempão! Ou, pelo menos, não se veem, como bons amigos. Porque uma coisa é você encontrar-se com o outro, conversar sobre coisas, pessoas, o tempo... outra coisa é você olhar nos olhos e ver-se no outro. Encarar o que há de melhor e pior em você e nele. Aí penso tantas coisas... palavras, gestos, mas acho que as palavras morrerão no abraço, no sorriso, na alegria do reencontro.
E quanto mais o tempo passar, quanto mais a hora for chegando, mais o coração vai se enchendo dessa paz inquieta.
Jesus também teve bons amigos. Um deles até se achava "o discípulo amado". Não que ele tivesse preferências, mas vivia entre pessoas com quem tinha "afinidade"!
O amigo de verdade é para sempre mesmo... 
Quantas vezes acreditamos que a amizade era duradoura, mas bastaram anos de separarão para provar que era passageiro, coleguismo apenas, companheirismo momentâneo...
E quando tem aquela pessoa que você nem quer mais ouvir falar, que de tão amigo, revelou segredos preciosos e perdeu a chance de estar ao seu lado.
Também tem aquele que é como um irmão... Conhece tanto você, qualidades e defeitos, e mesmo assim, continua ao seu lado...
A amizade verdadeira se prova no tempo, no espaço! Os dias passam, as horas voam, os anos terminam e começam... e ele continua ali! E aquela conversa, fica apagada, até que a chama do amor a traga de volta e aqueça de novo os corações!
2012 vai terminar assim! Será um encontro de corações! 


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um dia na padaria


Andando pela cidade é possível encontrar uma diversidade de situações, mas é preciso observar cuidadosamente para perceber o que está nas entrelinhas...
Dia desses entrei na padaria com minha filha de 3 anos e 10 meses. Passamos pela porta estreita e uma criança de aproximadamente 10 anos entrou empurrando a gente, seguida de sua mãe e seu irmão mais novo. Eram pessoas simples. Eles se aproximaram do balcão repleto de doces e bolos de encher os olhos de qualquer um. A mãe perguntava à menina:
_ Qual é o bolo que você viu?
A menina apontava para uma torta de chocolate linda! Ela tinha uma cobertura enfeitada com fatias de chocolate, especialmente colocados em cima, e outros detalhes em dourado. A mãe, após ouvir a filha, solicita à atendente uma fatia do bolo escolhido.
_ Moça, dá um pedaço deste bolo aqui!
A moça atrás do balcão observa que existem outros dois bolos já fatiados para venda e diz para a mãe que não poderia começar outro, já que havia dois a disposição dos clientes. Além do mais, um dos bolos já cortados era idêntico ao que a garota queria.
_ Olha moça, eu já fui em outra padaria, mas ela não queria nenhum bolo de lá. Desde que ela viu este aqui, é só o que ela quer.
A vendedora chamou a nutricionista da empresa. Faltava energia no estabelecimento naquela hora. A outra então começou a ouvir o que a mãe dizia, já com a voz alterada:
_ Minha filha está doente de vontade de comer este bolo aqui, e eu só quero você corte um pedaço! Agora uma criança vai morrer de vontade de comer um pedaço de bolo só porque você não quer contar ele?
A nutricionista ouviu tudo atentamente, e com muito cuidado e delicadeza argumentou:
_ Minha senhora, nós entendemos que sua filha está com vontade de comer o bolo, e nós não estamos negando isso para ela. Só que aqui nós também seguimos ordens e fomos instruídas a iniciar somente dois bolos por dia. Espero que a senhora entenda. Este outro bolo é igualzinha ao que ela quer, só que já está começado!
A mãe então se acalma e convence a filha de que o que a moça dizia era verdade, os bolos eram iguais!
Comprei o meu pão e ainda comprei um sorvete para a minha criança! A vontade era de comprar o bolo inteiro para a criança. A mãe pediu só uma fatiazinha para a menina, pois o doce custava caro. 
Comecei a pensar quantas vezes por dia isso acontece naquela padaria. Crianças descalças que olham e desejam aquela verdadeira gostosura!
Fiquei com a aquela imagem na minha mente. Talvez pela situação gerada entre as funcionárias da padaria e os clientes que aguardavam atendimento, enquanto tudo se resolvia. Talvez pelo menino, pois o pedaço do bolo era muito pequeno para os dois? Não fiquei lá para ver se ele queria outro doce ou se iria repartir com a irmã aquele mísero pedaço.Talvez por pensar naquelas duas crianças e em tantas outras desejosas de apenas uma fatia de bolo de chocolate. Ou então pela insistência da mãe, que queria fazer a vontade da filha. Ou ainda pela sabedoria da atendente, que buscou resolver o problema com educação e simplicidade.
Ética e profissionalismo são qualidades admiráveis em qualquer profissão. É preciso olhar para as outras pessoas com carinho, sem ofender. Admiro quem trabalha no comércio, porque tem que estar sempre sorrindo para agradar aos clientes, e ainda suportar momentos de verdadeira humilhação. 


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caminhos...


Dirigir é uma habilidade comum, porém, não tão simples... Eu sou do tipo motorista estressada. Estou procurando melhorar, mas às vezes eu me esqueço disso! Considero-me uma boa motorista, sem falsa modéstia.
Não gosto de perder tempo entre um percurso e outro. Mas tem gente que insiste em passear, como se ninguém mais precisasse circular pela cidade. Outro dia tinha alguém andando a menos de 20 km/h e não era carro da auto-escola. E pior, andava pelo lado esquerdo da rua. Assim fica difícil!
Sem contar com aqueles que param no meio da rua, não dão seta e ainda colocam a mão para fora do carro indicando que você pode passar. Ou então, param para pedir informações ou simplesmente para conversar com alguém na esquina. Isso me estressa bastante, porque se eu não notar que ele simplesmente parou, e bater na sua traseira, serei eu a culpada do acidente! Antes eu ousava buzinar, mas agora eu paro e penso que é fácil dirigir aqui.
Outro dia fomos a São Paulo. Ninguém precisa dizer que lá o trânsito é O caus! Apesar de ser sábado, havia muitos carros circulando...
Meu pai sempre dizia que para dirigir em São Paulo é preciso ter muito olhos. E se você errar uma entrada, errou todo o caminho, porque até chegar ao retorno... E depois até encontrar a saída dele... Perde-se tempo, dinheiro, paciência, etc.
Voltando à viagem.. Neste dia, escolhemos o caminho errado. Andamos até o retorno, e isso demorou quase meia-hora para encontrá-lo. Para encontrar a saída do retorno, mais uma quinze minutos. Por fim, chegamos ao destino, que não era tão longe, quase uma hora depois!
Eu fiquei pensando sobre isso... A vida é cheia de caminhos, bifurcações, entradas e saídas, túneis, rodovias, ruas sem asfalto, com asfalto, esburacadas...
Pode acontecer de você entrar pelo túnel errado, ou ainda escolher o lado errado da bifurcação. Se perder entre as entradas da vida e acabar chegando em lugar nenhum. Mas da mesma forma como na rodovia, ou nas grandes cidades, alguns metros a frente, pode haverá retorno. Pode demorar a voltar, mas ele existe. Portanto, chegar ao destino é uma questão de tempo. Se você não ficar atento, pode perder o caminho de volta, mas ele estará sempre lá!
Voltar para Deus é assim! Você pensa que precisa escolher outros caminhos, que precisa conhecer outros destinos... até que percebe que tudo o que você realmente precisava era encontrar o retorno e voltar para os braços do Pai!


sábado, 24 de novembro de 2012

ÓCULOS DA ALMA


Eu sempre ouvi dizer que com o avanço da idade algumas coisas começam a retroceder no corpo humano.
Algumas células deixar de se renovar e morrem, os cabelos branqueiam, começam a aparecer diversos problemas de saúde. Doenças, para dizer a verdade. Para evitá-las, ou minimizar o seu poder sobre esse casco humano, é preciso tomar certas precauções, como evitar alguns tipos de alimentos, não ter vícios e praticar atividade física regular. Tudo bem até aí. Mas e a visão? Visão de todas as formas possíveis de se imaginar.
Primeiro a visão física! Os olhos... 
Desde a adolescência eu via como minha irmã sofria com a miopia. Não conseguia ver de longe. Letras, pessoas, placas, tudo! Precisava do auxílio do bom e velho óculos.
Meus pais também começaram a sofrer desse mau. Só que o problema deles era no braço. O braço estava curto demais para a visão, não conseguiam ver de longe. Para resolver, tomar posse do bom e velho óculos!
Já eu, sempre me gabei da boa visão. Minha capacidade visual era invejável. Era solicitada para ler bula de remédios, manual de instrução de aparelhos eletrônicos, letras minúsculas que ninguém conseguia ver, mas eu via. Às  vezes, forçava um pouco, mas não conseguia imaginar o que seria a vida sem esta visão fantástica!
O tempo passou e, apesar de não ser tão velha assim, comecei a perceber uma pequena deficiência na minha eficiente arte de enxergar! 
Algumas vezes ouvi pessoas que sofriam de miopia dizerem que sem os óculos, não conseguiam distinguir as pessoas. Outras ainda, que diziam que viam os outros como se fossem árvores que se mexiam.
Eu vejo muito bem as pessoas. Às vezes não as distingo de longe, mas vejo que são gente, não árvores ambulantes. Mas já as letras... Elas se embaralham na minha frente de tal maneira que nem sei. Hoje eu precisava da minha maravilhosa habilidade em ler placas de trânsito, mas eu não conseguia enxergar a longa/média distância. Não levei os óculos. Esse negócio de andar de óculos me incomoda um pouco. 
Mas, voltando ao assunto das mudanças de visão, penso também na visão espiritual, íntima, profunda, da vida e das pessoas!
Olhar para as pessoas como seres limitados, cheios de pecados, assim como eu, mas também com grandes qualidades e capacidade de amar...
Penso em algumas coisas que vale a pene ressaltar. Como uma mulher e um homem que desejam, mais do que tudo nesta vida, serem pais e encontram tantas limitações físicas para isso... Ver nestes filhos amados de Deus um desejo que é natural da vida, que foi o próprio Deus quem nos deu, para continuar a sua maravilhosa obra de criação, com dificuldades de poder realizar seu sonho!
Penso também nas ausências da vida. Aceitar a morte, ou conviver sem aquela presença preciosa. Ter um olhar misericordioso por aquela filha que perdeu a mãe, e com ela a ternura, a grandeza de uma mulher maravilhosa. E ainda, ao consolar, dizer coisas que nem sei... É fácil falar da morte, quando não é alguém tão próxima, tão querida, tão amada. A única visão que podemos ter sobre isso, é acerca da fé!
São tantas outras visões da vida. Olhares que não se limitam no que está a poucos metros de distância. Olhar para o infinito... e enxergar ali uma ponta de esperança, uma chance de ser feliz, um meio de conviver!
Talvez a alma também esteja precisando de óculos, porque tem tanta coisa que ainda não consigo enxergar direito. Mas esta correção vem com a vida, com a maturidade. Todo mundo passa por isso. É preciso saber aproveitar as oportunidades.



quarta-feira, 14 de novembro de 2012


PAZ!

Não sei como intitular esse grupo ou esse momento em que vivemos, vou chamar somente de "nosso encontro de oração". 
Nosso primeiro encontro de oração e partilha foi um delicioso momento de paz interior. Não houve espaço para melancolias, ou outro sentimento que não fosse a felicidade do reencontro. Reencontro entre amigos, mas muito mais, reencontro com Deus. Não que nós o tivéssemos deixado, mas muitas barreiras foram crescendo entre nós e a oração. 
O mais interessante é que temos um olhar no passado, nas coisas boas que vivemos. Também naquilo que encaramos como falta de maturidade e despreparo. Não conseguíamos enxergar onde estávamos nos equivocando. Mas foi o próprio Paulo quem disse que "...Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como sou conhecido eu mesmo..." (I Cor. 13,12)
Cada etapa da vida é norteada por momentos de cegueira ou escuridão. Mas também pode ser preenchida pela Luz Divina, e onde ela entra, faz sua morada, ilumina e transforma vidas.
Nossa oração começou tímida, mas Deus foi conduzindo, através de canções tão lindas, que foi difícil conseguir cantar. O coração não batia, parecia querer saltar para fora. Algumas barreiras rompidas e a paz dos anjos invadiu o local onde estávamos. Não precisamos mais do que 40 ou 50 minutos.
Uma partilha honesta e ao mesmo tempo suave. Participar sem cobranças, livremente. Ufa, demorou! 
Por hoje foi só, mas deixou um gostinho de quero mais! 
Como é bom olhar para aqueles rostos risonhos, aqueles olhos brilhantes e sedentos... "— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!" (Salmo 83,3)
Como é bom para irmãos viverem juntos e poderem partilhar as maravilhas de Deus! É bom orar sozinho, faz bem ao coração, traz sintonia com Deus. Mas orar em comunidade é muito mais edificante. 
Agradeço a Deus pelo despertar de cada coração! A Ele toda honra e toda glória, amém!



sábado, 13 de outubro de 2012

Marcas do tempo

A gente passa a vida inteira tentando ouvir verdades que nunca foram ditas
Dizer palavras que ficaram escondidas
Mas tem palavra que custa a sair, tem verdades que custam a acontecer
Talvez por respeito humano, medo ou incerteza...
A vida não costuma dar outra chance, é preciso saber aproveitar o momento
São tantas as nossas possibilidades, que fica difícil escolher
Mas quando a escolha é feita, não dá para retroceder
É preciso seguir em frente, sem medo de ser feliz ou infeliz
É como o vento que leva tudo que encontra pelo caminho
Mas não devolve depois...
A gente passa a vida toda tentando compreender os rumos que a vida toma
E depois que está tudo certinho, cada coisa em seu lugar,
As palavras que antes estavam guardadas no fundo do baú, 
Vêm à tona e embaralham a mente da gente!
Pensar: por que não foram ditas antes? Bobagem! Não teriam sido!
O que não era, não será também...
O rio corre... a vida passa... os dias passam...
A gente passa por eles e nem percebe que eles vão somando marcas em nosso corpo
Marcas do tempo, do vento, do espaço entre o passado, o presente e o futuro!



sexta-feira, 12 de outubro de 2012


     Remexendo os arquivos

                    Estava mexendo em arquivos antigos e encontrei escritos lindos, de fatos que já nem me lembrava mais. Entre eles, escolhi este. Resolvi arquivar aqui, no caso de perder os originais.
                    Tudo o que se quer conquistar na vida exige tempo e algum esforço, principalmente se for referente á carreira profissional. 
                    Mas o importante mesmo é não deixar passar as graças que recebemos em cada momento da vida.
                    Sempre observo como a vida é dura com algumas pessoas e tão fácil com outras... Alguns jovens entram no mercado de trabalho ainda crianças. Deixam de brincar muito cedo, perdem suas ilusões, entram para o mundo real e descobrem o valor da vida. Ainda esses dias pude observar dois garotinhos, e peço permissão para apresentá-los: Lucas, de 15 anos e Jonas, de 12.
                    O primeiro, encontrei na prefeitura, vendendo salgado de setor em setor. Perguntei-lhe seu nome e sua idade e ele me disse que é o mais velho de sete irmãos, sendo que sua mãe tem pouco mais de 30 anos. Tudo o que ele ganha, entrega nas mãos dela, e dá para tirar uns R$ 8,00 por dia, se a venda for boa. Ele estuda, mas está condenado a nunca mais possuir a ilusão de ser criança, de brincar despreocupado, de pedir presentes absurdos, de preços elevados, só porque viu na vitrine da loja ou na casa do vizinho rico. Ele sabe quanto custa o pão francês e que não dá para brincar debaixo do chuveiro porque a luz e a água estão custando o “zoio da cara”.
                    Já o outro, um pouco mais jovem, passa suas noites pelas ruas de Jacarezinho engraxando sapato. Quando o vi logo me lembrei de um amigo que quando criança também tinha este mesmo ofício. Ele oferecia uma engraxada, mas todo mundo estava de tênis. Então pedia uma moedinha, para comprar um cachorro quente ou mesmo uma pulseirinha na barraquinha da dona Maria, coisas de moleque. Da mesma forma que com Lucas, comecei a investigar o pequeno Jonas (nome de profeta e de padre!). Ele mora em Santo Antonio da Platina e viaja, de ônibus, toda noite para Jacarezinho ganhar um dinheiro para ajudar o pai no sustento da família. Perguntei-lhe se sua mãe sabia que fazia isso, ele disse que sim, que ela o apoiava, pois ele precisava ajudar em casa. Disse-me também que está na escola, cursa a sétima série do primeiro grau e sempre tira boas notas. Depois de conversarmos um pouco, deixe-lhe a única nota de R$ 1,00 que tinha e pude notar como ficou feliz. Eu não tinha sapado para ser engraxado. Depois o observei lustrando o sapado de um colega do outro lado. Ele não tinha preguiça, estava lá para trabalhar, tinha levar uma grana para casa. Tenho visto o pequeno Jonas todos os dias com seu caixote de engraxate nas escadarias da Faculdade: “Vai uma engraxadinha aí? Uma moedinha pra mim, dona?”

domingo, 7 de outubro de 2012

Como eu gosto do mês de outubro! É inexplicável! Há tempos atrás eu tinha o desejo de que tudo o que haveria de mais importante em minha vida começasse no mês de outubro. Queria casar neste mês, e que meus filhos nascessem em outubro. Coisa de maluco. No final, deu certo de casar em novembro e minha filha nasceu só em janeiro. Tem acontecimento que é difícil planejar.
Uma coisa eu sei, quando setembro vai terminando, lá pelo dia 23, eu já começo a fazer contagem regressiva. Não vejo de chegar o dia 1º de outubro, data em que a Igreja celebra a minha querida Santa Teresinha do Menino Jesus. E este ano meu outubro começou de maneira ímpar. Participei da santa missa no Santuário de Santa Teresinha, pela primeira vez! Ganhei um livro sobre Santa Teresinha de uma amiga, coisa que eu nunca esperava. E ainda comecei uma novena, bem no dia primeiro. Aí é que está, novena das rosas, é bom que haja... rosas!!! Mas minha santinha é muito simples e pequenina e desta vez, escolheu duas crianças para me trazerem o tão esperado presente: a rosa! Foi no 6º dia da novena e eu já estou ansiosa na espera de tocar a graça de Deus com minhas próprias mãos!
Mas acredito que as graças deste mês não param por aí. No dia do também querido, São Francisco de Assis, uma amiga teve a chance de dar a luz a um garoto lindo! Emoção total!
Como se não bastasse tudo isso, o melhor ainda está por vir, porque tem Nossa Senhora Aparecida, e todas as graças que virão pela sua intercessão.
É um mês de reflexão da vida de muitos homens e mulheres que alcançaram primeiro a santidade. Depois, são momento únicos, de ver florir tantas plantinhas, numa primavera de cor e fantasia!
Tudo é especial nestes dias...  Não importa se faz calor ou frio...
Sei que não posso ser insensível com relação aos amigos que sofreram perdas irreparáveis nestes dias. Com certeza, para eles, estes últimos dias não foram tão belos e coloridos assim. Mas Deus também assume o comando do seu jardim colhendo almas que deixaram esta vida para florir no Céu.
Hoje a Igreja Católica celebra Nossa Senhora do Rosário, lembrando aos fieis a importância da oração, pedindo a intercessão de Maria. E eu me recordo do dia em que meu irmão mais novo nasceu. Eu esperava uma menina, quando veio a notícia de que era um molecão. Mas quanta alegria em tê-lo conosco! Hoje nosso nenê tem 25 anos, e sua vida é um verdadeiro milagre de Nossa Senhora do Rosário!
Bem, vou parando por aqui, porque ainda temos muitos dias pela frente! Espero que cada um ao ler este texto, sinta-se agraciado, de alguma forma, pelos dons de Deus!

sábado, 25 de agosto de 2012

"Não tenham medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido" (Mateus 10, 26)

___"Acende a luz!"
___"Olha lá..."
Parecia tudo perfeito naquele dia. Momentos de profunda interiorização. Era como um sonho. Ninguém podia imaginar o que estava para acontecer à noite. O pesadelo estava só começando.
Quando se tem no coração a inocência de uma criança, a maldade alheia é como uma lança que penetra o fundo do coração.
Ela era assim. Simples, suave, pequena demais para compreender a natureza daquela humilhação. Sentia um misto de vergonha, indignação, pudor e, até mesmo, arrependimento. Mas arrependimento de quê? Qual teria sido o seu pecado? Por onde seus pés tinham pisado que só restavam lama?
Quando aquela luz foi acesa, quando aquelas vozes todas começaram a acusá-la. A sim, ela e a outra. Não havia trevas maiores do que aquelas, quando a luz foi acesa.
Ninguém dormiu naquela noite. Sobre a penumbra, diante de Deus, todos os sentimentos, ainda confusos, se dissolviam em lágrimas. A outra também chorou. Se por vergonha, arrependimento ou qualquer outro sentimento, o que ela desconhecia completamente.
A noite durou quase uma eternidade para acabar. Logo veio a luz do dia, e com ela foi bem mais fácil encarar a verdade.
É difícil acreditar que as coisas podem melhorar quando tudo o que se tem é o caus.
Resolveu que devia confessar-se. Mais uma vez o pudor tomava conta de seu coração. Já não sabia se acreditava no que sentia, ou se se convencia da mentira que queriam fazê-la acreditar.
Como encarar as outras pessoas? Que vergonha! Que humilhação!
No final da manhã todas estavam lá, na fila da confissão.
Na manhã seguinte o alívio. Ele chegara! Seu grande amor estava lá! Passara a noite viajando para chegar logo cedo. Parecia que podia adivinhar o ocorrido! Foi um encontro de muitas lágrimas, mas muito feliz.
Ele a ajudou a superar tudo aquilo e aproveitar os últimos momentos na presença daquele lugar abençoado.
A dor da humilhação demorou muito a passar. Aquelas palavras duras soaram forte em sua mente durante anos.
Por infelicidade do destino as suspeitas eram verdadeiras. A outra era um tipo diferente: menina-moleque.
Ela não sabe o porque tudo isso acontecera. Mas a vida teve que cuidar de afastá-las, pois era impossível conviver com a humilhação presente em sua lembrança todos os dias.
Ninguém tem o direito de julgar, condenar, humilhar alguém pelas impressões que causam. O escândalo traumatiza, agoniza, maltrata a alma. Ser discreto é para o fortes, os que tem certeza do que fazem. Ninguém é dono absoluto da verdade, por isso não pode se sentir maior, acima do bem e do mal. Quando o ser humano aprender tudo isso, saberá respeitar o espaço do outro ao invés de tentar destruí-lo.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sempre acreditei em amizades que duram a vida toda. Sonhadora e romântica, fui menina, moça, mulher, tudo ao mesmo tempo. Quis crescer quando devia ser criança e quis ser criança, quando já não podia mais.
A vida humana é composta de conquistas, fracassos, esperança e grandes mudanças. As mais significativas acontecem quando uma pessoa sai de um estado de vida e faz outras escolhas, que podem mudar para sempre o rumo de uma ou mais vidas.
O importante é que a gente sempre aprende. Mas, infelizmente, quase que por instinto, também aprendemos a nos defender das coisas ou das pessoas que nos magoam.
Dialogar é sempre a melhor opção, mas para isso, precisa haver quem fale e quem seja capaz de escutar.
Há muitos anos atrás, tive uma amiga muito querida. Apesar de um pouco mais velha, tínhamos um relacionamento muito saudável. Juntas fizemos muitas coisas boas: lindas serenatas, passeios ao sol, na chuva, longe ou perto. Lemos, trocamos experiências, confidências, rimos e choramos, choramos muito. Fomos um pouco de tudo, irmã, mãe, filha e amiga uma da outra.
Por razões que hoje nem consigo recordar, foi mais fácil optar pela própria defesa, a enfrentar as diferenças que foram surgindo no decorrer da vida. A distância não separou somente nossos corpos, mas nossos corações. Acredito que esta é a pior de todas as distâncias.
Depois de tanto tempo, por meios inimagináveis, voltamos a nos unir... Via satélite, entre uma linha e outra, numa conversa tímida, quase sem querer, tudo é revelado, exposto e resolvido.
Lágrimas, sorrisos, nem sei, porque agora, já não é mais a distância do coração que nos separa, mas a física. Hoje, são aproximadamente 1500 quilômetros que nos separam fisicamente. Porém, menos de um segundo é o suficiente, para nos unir, em tempo real, nesta nova realidade.
Acredito que um dia vamos nos encontrar novamente. Sempre acreditei nisso, no fundo do meu coração.
Amigos também podem se desentender. E apesar de ser bem mais fácil excluir da própria vida quem nos causa algum dessabor, a lacuna deixada pela ausência do amigo é um espaço que jamais outra pessoa poderá preencher.
Outros amigos vieram e ainda virão. Muitas pessoas ainda farão diferença em nossas vidas. Mas o amigo fiel, o irmão, aquele com quem confidenciamos os sentimentos mais profundos da alma, esse vai sempre permanecer em nosso coração.

terça-feira, 10 de julho de 2012

"Amigo é coisa pra se guardar..."

"Amigo é coisa pra se guardar..." dizia o poeta, com todas a atribuições de quem descobriu um tesouro que não podia ser vendido ou comprado...

Sinto falta do tempo em que eu conseguia cultivar boas amizades, com facilidade. Hoje, com a correria do dia-a-dia, o medo de ser inconveniente, ou até mesmo pelas prioridades que vamos sendo obrigados a atribuir em nossas vidas, o cultivo dessas preciosidades fica cada vez mais difícil.

Pensar que hoje temos meios de comunicação que funcionam em tempo real... podemos escrever uma frase e receber a resposta imediatamente. E ainda, conversar, ver a imagem, compartilhar fotos, vídeos etc, tudo isso de imediato e com baixo custo, se compararmos ao valor das ligações telefônicas... Isso sem contar que não importa onde você esteja, isso é possível em todos os lugares do mundo!

Apesar dessas facilidades... cultivar boas amizades tem sido algo que poucos conseguem. Vejam bem, não digo comunicar-se com colegas de balada ou conhecidos. Mas ter momentos agradáveis, ao lado de quem se quer bem, sem pensar em nada mais, só curtir uma boa conversa, rir e expressar tudo o que se sente...

Quando vejo os adolescentes se conhecendo e aprendendo a criar laços entre si, lembro como era bom ter 15, 16 anos e poder dizer que essa ou aquela pessoa era minha "melhor amiga"! Quantas melhores amigas a gente tem até os 18 anos...

Depois, parece que as coisas vão mudando tanto, que a realidade nos mostra que nem todos são confiáveis... que até quem você mais ama, pode um dia te trair... que apesar de pensar que conhece bem a todos, alguém sempre vai te surpreender.

Falando nisso, penso em tanta gente que passou pela minha história... Amizades que pensei serem eternas! Porém, a vida fez o favor de afastar... acho que para sempre. Naquele tempo, fazíamos de tudo para o amigo soubesse o quanto ele era importante... dia 20 de julho era comemorado!

Bem, aos amigos que restaram... àqueles que no decorrer da vida passaram e deixaram suas marcas: ÓTIMO DIA DO AMIGO!!!



Feliz Ano Velho!!!

Depois de viver um ano difícil, tantas mudanças, dificuldades de assimilar cada uma delas, o ano termina repleto de graças e bênçãos do Céu!
Dizem que a depressão é a doença do século, mas somente quem a vive sabe o quanto ela atrapalha! Como é bom ser feliz e perceber que certas escolhas, se no início parecem erradas, podem ser o melhor meio de se viver. Quando comecei este blog, pensei só em dizer como eu estava insatisfeita com a vida, mas hoje, dia 25 de dezembro de 2011, vejo o quanto minhas escolhas, neste ano, foram importantíssimas para que eu pudesse ver a graça de Deus na minha vida! Claro, apesar das dificuldades! Aprendi, principalmente, a amar, na adversidade!!!

Por isso, quero deixar registrado aqui, a feliz experiência que vivi hoje, dia de Natal, em família! Quero que isso fique eternizado, porque não sei o que será deste novo ano... mas, vamos dizer a verdade: ninguém sabe!





"O dia de Natal está terminando, mas o que deve permanecer em nossos corações é o espírito de comunhão, fraternidade, generosidade e amor que este clima natalino nos transmite. Despeço-me deste dia com a certeza de ter aprendido muito, com as pequenas coisas:

- Poder ajudar minha mãe a realizar o sublime desejo de reunir os irmãos para fortalecer os laços familiares, já que alguém (minha tia) passará por momentos muito difíceis daqui para frente, com quimioterapia, cirurgia etc... Poder amar todos aqueles que estiveram ali, olhar para aquela mulher forte, esperando em Deus, e na medicina claro, a cura do próprio câncer, enfrentando tantos outros problemas. Olhar para todos aqueles que aceitaram partilhar este momento, e dizer: "valeu a pena!" Cada minuto, cada gesto... apesar do cansaço, dizer que a generosidade é tudo... 

-Por fim, posso dizer que neste Natal, principalmente, confirmei em meu coração uma verdade que há anos tive o prazer de conhecer: o quanto a troca de presentes, as compras exageradas, são pura futilidade. O que vale mesmo, no natal e sempre, é o amor que conseguimos viver! Obrigada Jesus, por me proporcionar esta graça!"

Acho que aqui posso dizer algo mais... 
Porque na realidade, a maioria das pessoas acredita que o mais importante, nestas festas, são os presentes, o que se ganha e também o que se dá... Que é preciso fartura de comida, muita bebida, música e barulho. Hoje, realmente, pude viver uma experiência tão especial, e agradeço a Deus por me dar a sensibilidade de perceber isso. Estou registrando estes pensamentos, porque não quero perder isso, quero renovar estas ideias, ano após ano.
Acredito que quando existem dificuldades, principalmente doenças de pessoas queridas, começamos a realmente valorizar aquilo que a maioria ignora: o amor é agora! Isso me faz lembrar uma música do padre Fábio de Mello... vou postar o link da letra a seguir!!!
Viver é isso... olhar para o que é simples e perceber ali uma grande oportunidade de amar!!! Servir as pessoas, fazer com que se sintam acolhidas, queridas, especiais!
Não sei se o Natal é esta data que une as pessoas. Às vezes penso que é o contrário... que nestas datas, algumas se distanciam ainda mais... mas tenho certeza de uma coisa: estar junto de quem se ama é uma decisão! É claro que não dá para estar em tantos lugares quanto gostaríamos, mas o importante é não deixar de valorizar e amar, mesmo os que não podem estar conosco, de maneira especial, os que já se foram!!!
Saúde a todos!!! Isso é tudo!!! O AMOR É AGORA!!!

domingo, 8 de julho de 2012

O QUE TEM DE ERRADO COM A SEMENTE?

Hoje estive pensando na vida... em tudo aquilo que aprendi, mas principalmente, naquilo que não consegui assimilar direito...
Sabe aquele tipo de gente insistente, que embora tenha levado vários foras da vida, nunca perde a esperança?
Semana passada tive uma triste decepção... passei do sentimento de vitória para derrota em menos de sete dias. Vivi o alto e o baixo, muito rapidamente...
Mas alguém se importa com isso?
A quem importa o que a gente sente, se não a gente mesmo! Decepção, esta é a palavra do momento!
Mas, não pode ser diferente, eu insisto!
Mesmo entre lágrimas, eu insisto!
Hoje em dia as pessoas gostam de cultivar...
Cultivam sementes, que se transformação em mudas e em plantas, que darão flores ou não...
que darão frutos, ou não... mas cultivam a semente!
Que tipo de semente estamos cultivando?
O que há de errado com ela?
Acho que vou viver mais trinta e poucos anos e nunca vou descobrir...
Às vezes eu canso de cultivar, acho que não estou encontrando o jeito certo!
Mas se eu deixar de insistir, vou morrer à míngua,
Mas pela insistência, só sei me machucar!
Este inexplicável paradoxo vai sempre me acompanhar,
A não ser que eu abra bem grande a minha mente,
E consiga enxergar de verdade,
O que tem de errado com a semente?

domingo, 27 de maio de 2012


Existe coisa mais gostosa que criança? Se existe, ainda não fomos apresentados! É o cheiro, a cor, o sabor adocicado! A risada espontânea, o sorriso fácil, o choro sem motivo algum! É tudo bom!
Felicidade maior não existe, do que acompanhar essas santas criaturas crescendo, aprendendo tudo o se ensina, e até o que não se deseja ensinar. Ouvir aquela voz delicada, cantando a musiquinha fofa: "Três letrinhas, bem juntinhas, lindo nome vai formar, com certeza a palavrinha estão querendo adivinhar. Mas espere um pouquinho, e terão satisfação. Formaremos lindo nome, dentro do nosso coração..." Ela cantou para mim no dia das mães, agora ela acha que todo dia é dia das mães... Decorei! Coisa linda!
O que seria da minha vida sem essa preciosidade? Todo o resto fica muito pequeno diante desse amor tão imenso! Não cabe dentro do coração... é algo tão forte, que parece que todas as crianças do mundo transmitem aquilo que sinto quando estou diante dessa joia preciosa...  
Que senti dentro de mim... que desejei mais que tudo nesta vida! Que mudou meu corpo, minha mente, minha vida inteira... até mexeu na cor do meu cabelo!
Mas "A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar..."Antoine de Saint-Exupéry! É verdade! Ser mãe é sofrer, em todos os momentos... é chorar, mesmo que seja de alegria!
Minha filha, Carolina, minha vida! Seus olhinhos azuis, tão vivos e tão espertos... nada foge ao seu profundo olhar! Seus belos cabelos louros, seus cachinhos dourados... Deus a proteja... Amor maior da minha vida! Você sempre poderá contar comigo!